segunda-feira, 7 de maio de 2018

Ex-CEO da Volkswagen é acusado de fraude por caso de manipulação de emissões


O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira acusações contra o ex-CEO da Volkswagen Martin Winterkorn, que renunciou ao cargo em 2015 após a revelação do escândalo da manipulação dos dados de emissões de poluentes nos motores a diesel.
O Departamento de Justiça americano informou em comunicado que Martin, de 70 anos, foi acusado em um tribunal de Michigan de conspiração e fraude devido ao plano da Volkswagen de "burlar os requisitos de emissões de veículos a diesel dos Estados Unidos".
Winterkorn é o diretor de mais alto cargo da Volkswagen a ser acusado dentro da investigação sobre a empresa alemã, que durante anos enganou as agências reguladoras americanas e os clientes com a manipulação dos motores a diesel, algo que chegou a afetar cerca de 600 mil automóveis nos Estados Unidos.
O ex-diretor é acusado de ter conspirado para fraudar os EUA e de ter violado a Lei de Ar Limpo, feita para controlar os níveis de poluição.
De acordo com o Departamento de Justiça americano, Winterkorn violou a Lei de Ar Limpo pelo menos entre maio de 2006 e novembro de 2015, momento no qual a empresa usou um software especial que permitia que os veículos a diesel emitissem uma quantidade de poluição superior aos limites sem ser detectado.
No começo do processo Volkswagen, o diretor disse que apenas os executivos de baixa categoria sabiam da manipulação dos motores a diesel.
No entanto, os procuradores dos EUA asseguram que Winterkorn foi informado da manipulação tanto em maio de 2014 como em julho de 2015 e, junto a outros diretores, "continuou realizando a fraude e mentindo aos reguladores".
Os detalhes das acusações contra Winterkorn aparecem em um texto de acusação na divisão sul do tribunal do distrito leste de Michigan, com sede em Detroit.
O juiz do caso decidiu nesta quinta-feira suspender o sigilo desse texto, coincidindo com a realização da reunião anual da Volkswagen na Alemanha.
No passado, Winterkorn admitiu ter responsabilidade no escândalo da manipulação dos motores a diesel e disse que não estava consciente da dimensão do caso e que, de fato, não pode explicar como tudo chegou a ocorrer.
EFE

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