domingo, 3 de setembro de 2017

Suicídio de indiana "intocável" que não pôde estudar Medicina gera protestos

Imagem ilustrativa. EFE/EPA/FAROOQ KHAN

Centenas de estudantes tomaram neste sábado as ruas de Chennai, no sul da Índia, para protestar depois que uma jovem "intocável" de 17 anos que levou seu caso até o Supremo Tribunal para poder estudar Medicina se suicidou ao não conseguir cursar a carreira, apesar de notas excepcionais.
Membros da Federação de Estudantes da Índia (SFI) e da Frente Juvenil de Estudantes Revolucionários (RSYF) protestaram em Chennai, onde ocorreram incidentes, segundo a imprensa local.
A manifestação ocorreu um dia depois que S. Anitha, uma "intocável", a lista mais baixa do sistema de castas indiano, se suicidou por não poder cursar a carreira de Medicina na universidade, apesar de ter atingido notas quase perfeitas.
Anitha atingiu 1.176 pontos de 1.200 no exame estatal de Tamil Nadu, mas no Teste Nacional de Seleção (NEET), que se baseia em um plano de estudos diferentes ao seguido por ela e que foi aplicado pela primeira vez desde este ano no estado, alcançou só 86%, de acordo com meios locais.
O Governo regional tinha se comprometido a reservar 85% das vagas para os estudantes que seguissem o plano estatal, mas a decisão foi revogada na Justiça.
A marca deu a Anitha acesso à Engenharia Aeronáutica e Veterinária, mas ela, membro de uma comunidade muito humilde de Trichy, em Tamil Nadu, estava empenhada em estudar Medicina, por isso levou o caso até o Supremo Tribunal indiano.
Na sua alegação por escrito, alegou que o estado estava prejudicando os alunos de zonas rurais porque não tinham sido preparados para passar no NEET.
Apesar do Governo Central a princípio ter manifestado sua disposição a aplicar uma exceção perante o Supremo, finalmente mudou de critério e o máximo tribunal decidiu a favor de seguir o critério do NEET, de acordo com o jornal "The Hindu".
A jovem, que perdeu a mãe quando era criança e cujo pai trabalha em um mercado local, foi achada em casa na sexta-feira pela sua avó após se suicidar.
"Anitha conseguiu estudar em circunstâncias difíceis, estava preocupada pelo NEET. Que crueldade fizeram com ela, quem responderá por isso?", perguntou o pai da jovem, T Shanmugham, citado pela agência "ANI".
O chefe de Governo de Tamil Nadu, E Palaniswami, anunciou uma ajuda de 700 mil rupias, cerca de 9,5 mil euros, para a família.

EFE
O livro com a peça teatral Irena Sendler, minha Irena:


A história registra as ações de um grande herói, o espião e membro do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, Oskar Schindler, que salvou cerca de 1.200 judeus durante o genocídio perpetrado pelos nazistas. O industrial alemão empregava os judeus em suas fábricas de esmaltes e munições, localizadas na Polónia e na, então, Tchecoslováquia.   

Irena Sendler, utilizando-se, tão somente, de sua posição profissional – assistente social do Departamento de Bem-estar Social de Varsóvia – e se valendo de muita coragem, criatividade e altruísmo, conseguiu salvar mais de 2.500 crianças judias.

"O Anjo do Gueto de Varsóvia", como ficou conhecida Irena Sendlerowa, conseguiu salvar milhares de vidas ao convencer famílias cristãs polonesas a esconder, abrigando em seus lares, os pequeninos cujo pecado capital – sob a ótica do führer – consistia em serem filhos de pais judeus.

Período: 2ª Guerra Mundial, Polônia ocupada pela Alemanha nazista. A ideologia de extrema-direita que sistematizou o racismo científico e levou o antissemitismo ao extremo com a Solução Final, implementava a eliminação dos judeus do continente europeu.

A guerra desencadeada pelos nazistas – a maior deflagração do planeta – mobilizou 100 milhões de militares, provocando a maior carnificina já experimentada pela humanidade, entre 50 e 70 milhões de mortes, incluindo a barbárie absoluta, o Holocausto, o genocídio, o assassinato em massa de 6 milhões de judeus.

Este é o contexto que inspirou o autor a escrever a peça teatral “Irena Sendler, minha Irena”.

Para dar sustentação à trama dramática, Antônio Carlos mergulhou fundo na pesquisa histórica, promovendo a vasta investigação que conferiu à peça um realismo que inquieta, suscitando reflexões sobre as razões que levam o homem a entranhar tão exageradamente no infesto, no sinistro, no maléfico. Por outro lado, como se desanuviando o anverso da mesma moeda, destaca personagens da vida real como Irena Sendler, seres que, mesmo diante das adversidades, da brutalidade mais atroz, invariavelmente optam pelo altruísmo, pela caridade, pela luz.

É quando o autor interage a realidade à ficção que desponta o rico e insólito universo com personagens intensos – de complexa construção psicológica - maquinações ardilosas, intrigas e conspirações maquiavélicas, complôs e subterfúgios delineados para brindar o leitor – não com a catarse, o êxtase, o enlevo – e sim com a reflexão crítica e a oxigenação do pensamento.
Dividida em oito atos, a peça traz à tona o processo de desumanização construído pelas diferentes correntes políticas. Sob o regime nazista, Irena Sandler foi presa e torturada – só não executada porque conseguiu fugir. O término da guerra, em 1945, que deveria levar à liberdade, lancinou o “Anjo do Gueto” com novas violências, novas intolerâncias, novas repressões. Um novo autoritarismo dominava a Polônia e o leste Europeu. Tão obscuro e cruel quanto o de Hitler, Heydrich, Goebbels, Hess e Menguele, surgia o sistema que prometia a sociedade igualitária, sem classes sociais, assentada na propriedade comum dos meios de produção. Como a fascista, a ditadura comunista, também, planejava erigir o novo homem, o novo mundo. Além de continuar perseguindo Irena, apagou-a dos livros e da historiografia oficial, situação que só cessaria com o debacle do império vermelho e a ascensão da democracia, na Polônia, em 1989.


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