quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Rio: após discriminação religiosa, escola recebecerá curso sobre intolerância


As secretarias estaduais de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos e de Educação firmaram uma parceria para oferecer um curso de capacitação para professores, funcionários e alunos sobre a questão da intolerância religiosa em uma unidade escolar de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, onde uma aluna foi discriminada por ser candomblecista. A medida foi decidida em um encontro entre o secretário de Direitos Humanos, Átila Nunes, e a família da vítima.
A jovem de 15 anos foi insultada por um garoto com xingamentos como “gorda macumbeira” e “macumbeiro tem que morrer” e, quando reagiu às agressões, gerando discussão na sala de aula, somente a menina recebeu punição, sendo suspensa por sete dias. Para o pai da adolescente, Leandro Coelho, religião é algo muito pessoal que não se deve impor a ninguém.
"Como pai, a orientação que dou aos meus filhos é que não imponham a religião deles a ninguém, aceitem. Religião é uma coisa pessoal. Se você tiver dúvida sobre a religião do próximo, pergunte, mas impor, não", disse.
Nunes lamentou o ocorrido e diz esperar que a iniciativa tomada em conjunto com a Secretaria de Educação conscientize as pessoas sobre a intolerância religiosa dentro do ambiente escolar.
"Nosso maior objetivo é conseguir levar essa conscientização a toda a rede de professores. Nós sabemos que o bullying é muito presente nas escolas e no caso religioso acaba chamando mais atenção, porque é um problema de foro íntimo, então é inadmissível que uma escola aceite casos como esse e, pior ainda, puna a vítima”, esclareceu o secretário.
De acordo com dados do Disque 100, as denúncias de casos de intolerância religiosa aumentaram em 119% no ano passado com relação ao ano anterior. Somente na última semana, a Secretaria de Direitos Humanos fez 20 atendimentos de casos de intolerância.
Para denunciar esse tipo de crime, a pessoa deve ligar para o Disque Combate ao Preconceito, no telefone (21) 2334-9551, de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h.

Por Ana Luiza Vasconcelos, na Agência Brasil

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