sábado, 15 de julho de 2017

Escolas de todo o país vão divulgar vídeos sobre desenvolvimento sustentável


Com linguagem acessível e uma proposta de atividades lúdicas, oito vídeos sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável assumidos por diversos países, entre eles os Brasil, serão apresentados em salas de aula de todo o país. A iniciativa, lançada hoje (13) em Manaus, é uma parceria do Ministério da Educação (MEC) com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Ministério de Meio Ambiente.
Os vídeos tem curta duração, de 4 a 10 minutos, e são voltados para estudantes de 7 a 11 anos, do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental.
“É muito importante para o desenvolvimento de uma sociedade que tenha consciência, que preserve, que se desenvolva de forma sustentável, olhar para a base da nossa sociedade, que são as nossas crianças", disse o secretário de Educação Básica do MEC, Rossiele Soares, no lançamento dos vídeos. Segundo o secretário, o objetivo da iniciativa é levar essa discussão para a sala de aula, apoiando o professor, para que o aluno tenha consciência da importância da água, do desenvolvimento de uma sociedade que consuma menos, porque isso impacta diretamente o meio ambiente.
O debate do assunto nas escolas é uma forma de ajudar o país a alcançar os 17 objetivos e 169 metas de desenvolvimento sustentável definidos em setembro de 2015 durante um evento da ONU. Esses objetivos, que devem ser cumpridos até 2030, abrangem várias áreas, inclusive a da educação. "A educação é uma área que permeia todos os objetivos: meio ambiente, desenvolvimento sustentável, melhores condições de saúde", ressaltou a coordenadora de Educação e Cultura da Unesco Brasil, Rebeca Otero.
Rebeca disse que os vídeos alcançarão novos públicos, como as crianças, fazendo com que conheçam  e compreendam o alcance dessas metas, que poderão ser atingidas no decorrer dos anos.
A diretora do Departamento de Produção e Consumo Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Raquel Breda, destacou que o material disponibilizado explica de forma didática os objetivos com foco na conscientização da comunidade escolar sobre a temática.
"Os vídeos vão ajudar a traduzir para as crianças o que significam os objetivos e metas de desenvolvimento sustentável na vida prática, mostrando como elas podem contribuir, assim como os professores, os gestores públicos", ressaltou Raquel. As crianças vão saber que cada ator tem um papel e precisam entender qual é esse papel dentro de um conjunto de ações para ajudar o país e o mundo inteiro a alcançarem esses objetivos”, acrescentou.
Os vídeos têm versão em português, espanhol e inglês. Há também material de apoio para os professores.
Por Bianca Paiva, da Agência Brasil

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Giordano Bruno, o homem executado na fogueira do Santo Ofício por revelar que o universo é infinito
17 de fevereiro de 1.600 é uma data fatídica. Neste dia, um herege foi executado no Campo das Flores, em Roma. Giordano Bruno foi aprisionado, torturado e, após dois julgamentos, condenado a morrer na fogueira do Santo Ofício. Seu crime? Acreditar na ideia de que o universo é infinito, de que ao redor de cada estrela gravitam planetas, e na concepção de que cada planeta irradia vida.

Ex monge dominicano, nos oito anos em que padeceu na prisão foi submetido a todo tipo de violência e opressão para que se retratasse, renegando suas convicções. O brutalizaram em vão. A congregação católica não logrou o êxito que obteria, poucos anos depois, com Galileu Galilei. Este, para não morrer na fogueira, teve que, de joelhos, abjurar toda a sua consistente obra científica e filosófica.

A ortodoxia da Igreja Católica de então concebia a terra como um planeta único no universo, resultado da intervenção direta de Deus. Um axioma que – em hipótese alguma – poderia ser questionado.

Mas, Giordano Bruno descortinou, antes da invenção do telescópio, a infinitude do universo. E que na imensidão do cosmos, existia não um, mas um número infinito de planetas. Sendo assim – questionaram os guardiões da fé – “cada planeta teria o seu próprio Jesus? Heresia! Blasfêmia! Sacrilégio! ”.

Suas ideias, formulações e livros foram proibidos, incinerados e incluídos no Index Librorum Prohibitorum, o Índice dos Livros Proibidos. 

Num ato de misericórdia, os condenados, antes de arderem no fogo da santa fogueira, eram estrangulados e mortos. Mas com Giordano Bruno foi diferente. Suas formulações representavam uma ameaça de tal dimensão aos alicerces da doutrina católica que a sentença estabeleceu que morresse diretamente em decorrência das chamas, línguas de fogo e labaredas originárias da fogueira. Seu pecado? Declarar que a terra não era o único planeta criado por Deus.

Este é o esteio de onde emerge a peça teatral “Giordano Bruno, a fogueira que incendeia é a mesma que ilumina”.

A trama se desenrola no intervalo entre a condenação do filósofo italiano e a aplicação da pena de morte. A ficção contextualiza o ambiente de transição entre a baixa idade média e a idade moderna. O ambiente de ‘caça às bruxas’, o absolutismo e o autoritarismo políticos, a corrupção endêmica, o feudalismo e a ascensão da burguesia, a ortodoxia e os paradigmas religiosos, o racionalismo e o iluminismo compõem o substrato por onde se movimentam as personagens da peça.

O conselheiro do papa Clemente VIII, o octogenário Giovanni Archetti, comanda - do Palácio do Vaticano - uma intrincada rede de corrupção e, através dela, planeja desposar a mais bela jovem da Europa, Donabella de Monferrato. A formosa mulher admira e integra um grupo de seguidores de Giordano Bruno. Para convencê-la acerca do matrimônio, o poderoso velhaco tenta ludibriá-la e mente, afirmando que promoverá a revisão do julgamento do famoso filósofo, anulando a pena de morte imposta. Sem ser correspondido, o poderoso Giovanni Archetti ama Donabella, que é amada pelo noviço Enrico Belinazzo, um jovem frade de corpo atlético que, por sua vez, é amado pelo vetusto padre Lorenzo, o diretor do seminário. 

De modo que conflitos secundários são explorados evidenciando os paradigmas da baixa idade média, os fundamentos dos novos modelos, dos novos arquétipos que surgiam em oposição ao poder do imperador do Sacro Império, do Papa e dos reis; o ocaso do feudalismo, suplantado pela burguesia que emerge como a nova classe dominante; a degeneração da política e a degradação moral e dos costumes. 

Adentre este universo povoado por conflitos, disputas, cizânias e querelas. Um enredo que, lançando mão de episódios verídicos da narrativa histórica, ambienta novelos densos e provocativos instigando os leitores a responder se o autoritarismo e a corrupção que vincaram o interim entre os séculos XVI e XVII não seriam equivalentes – em extensão, volume e vilania - aos verificados nos dias de hoje.
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