sexta-feira, 16 de junho de 2017

Corpo Artístico do Municipal do Rio mostra resistência e encena novo espetáculo

Os bailarinos Cícero Gomes e Márcia Jaqueline no espetáculo Carmina Burana, no Theatro Municipal do Rio de JaneiroJúlia Ronai/Divulgação/Theatro Municipal 

Mesmo enfrentando dois meses de atraso de salários e sem o pagamento do décimo terceiro de 2016, o corpo artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro estreia hoje (15) o espetáculo Carmina Burana, uma cantata composta nos anos 30 do século passado pelo alemão Carl Orff, que reunirá pela primeira vez neste ano o Corpo de Baile, o Coro e a Orquestra Sinfônica do teatro, vinculado à Secretaria de Estado de Cultura.
A ideia de encenar a cantata com uma coreografia foi do diretor artístico do Theatro Municipal, André Heller-Lopes. “Mas a glória da coreografia é toda do Rodrigo Neri [do Corpo de Baile] e das diretoras artísticas do Ballet, Ana Botafogo e Cecília Kerche”, disse.
Popularização
Apesar do momento difícil que o estado do Rio de Janeiro e o país atravessam, segundo Heller-Lopes, é um dever dos funcionários do teatro garantir o acesso da população a obras como essa.
“O Theatro Municipal é perfeito para balé, ópera e concerto. A gente precisa mostrar isso para as pessoas. Levar essa arte que eles fazem tão bem para que todo mundo possa ter direito de assistir esse espetáculo”.
O espetáculo Carmina Burana terá sessões nos dias 15, 17, 18 e 20, a preços populares. As entradas custam R$ 20 (galeria), R$ 30 (balcão superior), R$ 50 (plateia/balcão nobre) e R$ 300 (camarotes/frisas).
A obra é a terceira montada pelo Municipal nos últimos três meses, apesar do agravamento da crise nas contas do estado. “Com toda a situação delicada, já conseguimos fazer três grandes espetáculos. É um grande desafio.” Os primeiros foram as óperas Jenufa e Norma, esta última com ingressos a R$ 10.
Doações
O Theatro Municipal continua recebendo doações de alimentos para os funcionários com salários atrasados. “A gente continua recebendo doações e, acima de tudo, continua fazendo arte da melhor qualidade, e insistindo muito em ser acessível, em trazer a arte para muita gente”, disse Heller-Lopes.
O diretor destacou que os bailarinos, cantores e músicos, “mais que agradecem as doações”, mas que o mais importante para os artistas continua sendo “o aplauso do público, a presença, a demanda de espetáculos sempre”.
Por Alana Gandra, da Agência Brasil


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Um teatro de envergadura



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