domingo, 8 de outubro de 2017

Selecionar sim, destruir não


O processo de selecionar os mais capazes é uma conquista do estado democrático, que assim se viu livre do fisiologismo e clientelismo políticos.

No aparelho de estado, os concursos públicos concorrem para qualificar os produtos e os serviços prestados à população.

Todavia selecionar quadros deve ser um processo natural de construção da democracia e da cidadania, e não uma panacéia confinada em si mesmo, como ocorre no vestibular, processo de ingresso no ensino superior público e privado.

Ao analisarmos o vestibular, pretendemos, na realidade, desconstruir sistemáticas perversas de seleção, uma característica bastante comum no serviço público.

O processo de ingresso no ensino superior brasileiro se tornou um paradigma que transcende o meio acadêmico e de certa forma, galvaniza a opinião publica nacional. Falar em vestibular tornou-se um martírio para grande parte das famílias brasileiras – sobretudo as mais pobres, que percebem como ninguém o funil garroteador que representa este exame de seleção.

Ocorre que o vestibular - e isso está mais que comprovado - não conseguiu atingir o objetivo a que se propôs, qual seja, o de selecionar os candidatos mais habilitados, mais preparados e capazes para ingressar na Universidade. O processo adotado para estabelecer quem freqüentará um curso superior no país caducou.

Não faz muito tempo, em entrevista à imprensa nacional, o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Profº Aloísio Teixeira, foi categórico ao afirmar que o vestibular não é capaz de aferir a capacidade de um aluno. O reitor da UFRJ elegeu como uma das metas prioritárias de sua gestão acabar com o vestibular. E complementou, afirmando que o vestibular “constitui uma barreira intransponível para as famílias de renda menor".

Importa destacar: não bastasse se constituir num instrumento ineficiente e ineficaz para aferir o grau de conhecimento dos candidatos, o vestibular atua ainda como uma muralha, uma barreira social, quando impede, ou limita de maneira determinante, que os filhos das classes menos favorecidas alcancem um lugar na academia.

Um dos mais brilhantes intelectuais brasileiros é bastante honesto ao tratar o tema. Professor destacado ocupou sucessivamente os postos de Reitor da UnB, governador do Distrito Federal e senador da Republica. Primeiro ministro da educação do governo Lula, Cristóvam Buarque é uma personalidade que orgulha o país. Recentemente ao ser questionado se conseguiria – caso prestasse - passar em um exame vestibular, respondeu com franqueza: “possivelmente não”.

É preciso então refletir sobre as razões que levam uma das maiores inteligências da república, talhada no ambiente acadêmico e na lida política, a duvidar de suas condições de obter êxito em um exame de seleção para uma instituição da qual é professor respeitado, referência internacional e que foi dirigente máximo.

É que o vestibular ainda lida com o acúmulo e a retenção de dados e informações. Valem mais os que possuem a memória mais expandida; os que memorizam mais fórmulas, extratos, resumos e enciclopédias. O que importa não é a capacidade de relacionar, cruzar, criar, interagir, interpretar e entender os fatos. O que importa não é gerenciar os dados e informações para a percepção da realidade. O que importa não é contextualizar, não é selecionar os insumos para as necessárias transformações. Infelizmente o que importa é o conhecimento estanque, enciclopédico, amorfo e inodoro.

Urge, portanto, substituir este defunto insepulto. Mesmo em respeito aos candidatos, importa considerar - num sistema minimamente ético - que a avaliação encerre toda a vida escolar, desde o ensino fundamental.

Estamos ainda tateando nestas formulações, mas algumas instituições encaram a questão com ousadia e já apresentam significativos resultados. A Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e a Universidade de Brasília, a partir de 1995, passaram a promover exames seriados para selecionar seus candidatos. Pioneiras na adoção de um processo alternativo, os candidatos são também avaliados pelas provas que fazem a cada ano, enquanto cursam o ensino médio.

O senador Buarque tem defendido mudanças substantivas nesta área. A começar pelas disciplinas cujos conhecimentos serão aferidos: ao contrário de inúmeras matérias, apenas duas provas seriam aplicadas: português e matemática. A razão é simples. Segundo o ministro, estas duas disciplinas compõem a base de todas as demais, de modo que a forma de pontuação estaria vinculada à opção do candidato. Para um curso de engenharia, a prova de matemática teria maior peso. Par o curso de Serviço Social a de Português. E assim por diante.

Que o suspiro final do vestibular e a extrema-unção já se avizinham, não nos iludamos. Mas mesmo quando o novo modelo estiver sacramentado, por mais justo que seja, o ingresso numa universidade ainda será por muito tempo, privilégio de poucos.

E então somos surpreendidos por uma outra reflexão. Será mesmo necessário que toda a população faça um curso superior para ter melhores oportunidades na vida, sobretudo êxito profissional? Não deveria ser assim. Só deveriam bater às portas da Universidade os que sonham aprimorar os estudos, enveredar pela pesquisa científica. O curso superior não deveria constituir um caminho compulsório, obrigatório. E sim opção para os que assim desejassem. Cursos técnicos e profissionalizantes, estes sim, deveriam responder às demandas por remuneração suficientemente satisfatória.

Agora, nada disto faz qualquer sentido se a retomada do desenvolvimento econômico e social continuar sendo tocada em ritmo de banho-maria ou maria-fumaça. Sem incrementar a velocidade do desenvolvimento, a roda movimenta como que travada. Sem oportunidades sustentáveis, passaremos a formar médicos, engenheiros, advogados que prestarão concursos públicos para gari, como já vem ocorrendo nos dias de hoje.

Ou enfrentamos este desafio com ousadia, criatividade e determinação, ou não apenas o vestibular terá caducado, mas o próprio país.

É necessário ainda evitar que a seleção dos melhores quadros para o serviço público não caia na vala comum dos vestibulares, com a mesma lógica, desenho e rotinas. Porque este sistema de seleção adotado pelas universidades já se mostrou um fiasco, um completo fiasco.

Antônio Carlos dos Santos criou a metodologia Quasar K+ de Planejamento Estratégico e a tecnologia de produção de teatro popular de bonecos Mané Beiçudo.


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A arte de escrever bem


Escrever é uma necessidade vital, um fundamento sem o qual a comunicação perde em substância.
Os desafios do dia a dia exigem intensa troca de mensagens, seja nas redes sociais, seja nas corporativas: relacionamentos pessoais, correio eletrônico, elaboração de projetos e relatórios, participação em concursos e processos seletivos, negociações empresariais, tratados corporativos, convenções políticas, projetos literários... Tarefas que se tornam triviais, textos que se tornam mais adequados e elegantes quando as técnicas para a elaboração da redação criativa se encontram sob inteiro domínio. E não é só. Escrever está umbilicalmente vinculado à qualidade de vida, à saúde, ao bem-estar.
É o que comprova estudo realizado pela Universidade de Auckland, na Nova Zelândia. Os pesquisadores chegaram à conclusão que a prática da escrita atua na redução dos hormônios vinculados ao estresse, melhora o sistema imunológico, auxilia na recuperação do equilíbrio físico e emocional.  
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Fluência à escrita e qualidade à redação são as molas propulsoras que impulsionam o livro, são os objetivos possibilitados pela aplicação da metodologia. Como fundamento, um tripé harmoniosamente organizado: a linguística, a estruturação e análise do discurso e as técnicas de elaboração de textos criativos. 
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